A edição de 2025 do Globo de Ouro traz consigo um número de indicados que não reflete passos significativos em direção à diversidade, levanta questões sobre a eficácia e sinceridade das mudanças promovidas pela Associação de Imprensa Estrangeira de Hollywood (HFPA) nos últimos anos.
Entre os 36 indicados nas categorias atriz drama, atriz comédia/musical, ator drama, ator comédia musical, atriz coadjuvante e ator coadjuvante deste ano, destacam-se somente cinco performances de atores e atrizes negras.
Colman Domingo - Melhor Ator em Filme de Drama por Sing Sing: Domingo interpreta um prisioneiro que encontra redenção através do teatro. Sua atuação é amplamente elogiada por sua profundidade emocional, posicionando-o como um dos favoritos na categoria.
Cynthia Erivo - Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical por Wicked: Em uma performance poderosa como Elphaba, Erivo destaca sua versatilidade como atriz e cantora. Apesar da forte concorrência, suas chances são promissoras.
Zendaya - Melhor Atriz em Filme de Comédia ou Musical por Rivais: Zendaya entrega uma performance carismática como uma atleta lidando com desafios dentro e fora das pistas. Sua atuação tem sido amplamente reconhecida pela crítica.
Zoe Saldaña - Melhor Atriz Coadjuvante por Emilia Pérez: Saldaña equilibra comédia e drama em um papel que tem sido destacado como essencial para o sucesso do filme.
Denzel Washington - Melhor Ator Coadjuvante por Gladiador II: Já um ícone em Hollywood, Washington adiciona camadas de gravidade ao épico, sendo considerado uma força motriz do filme.
O Passado Conturbado do Globo de Ouro
As críticas históricas ao Globo de Ouro por falta de diversidade não podem ser ignoradas. Até 2021, não havia um único membro negro entre os 95 integrantes da HFPA. As investigações do Los Angeles Times escancararam práticas excludentes e éticas questionáveis. Mesmo com a inclusão de novos membros e a criação da Golden Globe Foundation, as mudanças estruturais ainda enfrentam ceticismo quanto à sua profundidade e eficácia.
Além disso, menos de 10% dos indicados em décadas passadas eram negros, uma estatística que reflete o racismo sistêmico que permeia a indústria do entretenimento. Embora os indicados de 2025 representem progresso, a necessidade de continuidade e consistência nessas iniciativas é inegável.
A celebração dos indicados negros deve vir acompanhada de uma análise crítica sobre como a HFPA e a indústria como um todo estão tratando a questão da representatividade. Não basta reconhecer talentos negros; é necessário garantir que a inclusão não seja apenas uma exceção pontual, mas uma prática sustentada e orgânica.

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